Na quinta participei de uma intrépida aventura, menor em comparação as idas e vindas da grande aventura do poder, mas enfim, agora faz parte da minha biografia. Acordei às 4 da manhã para ir à praia. Não, não foi simplesmente isso. Saí cedo para além de me iniciar no Stand Up Paddle, fui fazer esse esporte para ficar ao lado de uma baleia. Niterói, nos últimos dias tem registrado o aparecimento de baleias bryde. Elas são pequenas em relação a outras espécies, mas são muito comuns nos litorais do Brasil. Para mim, não é comum. Eu me emociono com a vida marinha solta na natureza. Já tive oportunidade de ver Tartaruga marinha e nadar com ela, pinguim, golfinhos, mas baleia, talvez pelo tamanho descomunal, seja o ápice da emoção. Como são majestosos, devem ter um coração de ouro, pelo tamanho e são elegantes.
Pois bem, fui convidado pelo ambientalista Paulo Oberlander, conhecido na Região Oceânica por proteger a vida marinha e fazer um trabalho social nas praias, para fazer esse esporte perto delas. Acordamos cedo e fomos ao mirante de Piratininga ver seus esguichos e perceber sua trajetória. Quando vimos que elas estava se encaminhando para Camboinhas, partimos para nossa missão de paz. Devido as minhas aulas de remo, tinha noção das remadas que faria, mas que não me deixou atrás do meu amigo profissional. Devo dizer que até estar ao lado de um cetáceo ou até estar no mesmo local dela é algo incrível, mas como o vento atrapalhou minha performance esportiva e percebi o quanto estava longe da praia devido a inexistência de areia no horizonte, abortamos a missão.
No dia seguinte e nos posteriores, meu amigo postou fotos de outros ângulos da baleia e o flagrante de uma pessoa com jet-ski passando a toda velocidade ao lado dela. O que revolta bastante. Revolta no sentido que, enquanto eu apenas quero estar no mesmo lugar que ela, vê-la ao ar livre, imponente, outros querem assustar, bater ou até matar. O que me faz pensar nessa obsessão humana pela destruição desenfreada sem lógica. Ir à praia já uma benção sem tamanho, mas ter um animal nadando livremente é como visitar o Louvre. Hoje poderíamos ter essa visão privilegiada sempre se não fosse a pesca sem controle tanto delas, quanto seus alimentos, assim como o lixo que desenvolvemos diariamente nesses paraísos. Os oceanos estão virando plástico. Os oceanos recebem uma quantidade alarmante de lixo por ano, por volta de 25 milhões de toneladas por ano. Hoje, Chuck Noland, personagem de Tom Hanks no filme Náufrago, não teria tanta dificuldade em se virar sem utensílios. Uma ida diária por qualquer ilha distante, poderia encontrar nas areias, trazida pelo mar, objetos como escova de dente, copos e garfos. Já foi encontrado na baía de Guanabara, sofás, privadas e até um carro.
O desrespeito com nosso bem precioso não passa apenas por sujar, mas também por não respeitar o planeta como um todo. Como se não bastasse pesca ilegal, lixo sujando a matando, o efeito estufa provocado, por nós mesmo, pelo crescimento das indústrias e despejo de elementos químicos favoráveis para isso alteração de temperatura, que a longo prazo vai destruir fauna e flora marinha. O compromisso de todos é por retroceder essa evolução e tentarmos soluções em que todos possam viver com qualidade e não tentar o plano de fuga para Marte. Para isso, o compromisso com acordos para a ecologia é imprescindível! Nosso país sair do acordo, por achar que não existe efeito estufa, que isso é uma invenção marxista é o cúmulo. Por isso, vários países atrelaram importações com condições ambientais. Para que governos que como o nosso atual, não desrespeite a ecologia. Nosso governo atual só coleciona retrocessos e confusões em relação a esse tema. Colocou a atribuição de gerenciar terras indígenas nas mãos dos ruralistas, tem um ministro do meio ambiente condenado por ações justamente contra o meio ambiente, saiu do pacto de paris e que liberar a caça.
Se todos se emocionassem como me emociono com a beleza da vida, não comprometeriam tanto ao ponto de acabar com ela.